MONTANDO A NOVA CASA
- Dora Lacerda Soares
- 6 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Depois de termos viajado durante 3 meses somente com a mala de cabine de 10 kg, voltamos para Portugal, desta vez para montar um apartamento.
Estamos acostumados a ver o crescimento econômico de cada família e como as casas vão ficando maiores, mais bonitas, com piscina, etc. Mas deixamos de reparar no que realmente usamos da nossa casa. Muitas vezes, várias partes da casa nem são visitadas (a não ser pela faxineira…). Quanto desperdício! Costumamos encher a casa de armários para guardar as nossas muitas coisas, que muitas vezes nem lembramos que temos.
Após termos vivido em tantas casas de outras pessoas, cada uma com suas características, nós chegamos à conclusão de que tipo de casa/apartamento seria bom para nós. Sim, porque cada pessoa tem necessidades únicas, o que é bom para um não necessariamente é bom para o outro. Foi necessário ter passado por casas horríveis para nós, outras perfeitas para nós, para descobrirmos o que é importante para nós. Parece piada, não é? Como que alguém com quase 60 anos ainda não sabia o que queria???
A primeira coisa levada em consideração foi a localização. Para identificarmos isso, examinamos o que gostamos de fazer no nosso dia-a-dia. Ambos gostamos de correr (Marcelo bem mais do que eu, já correu duas maratonas!) e poder correr na beira do Douro ou do mar é definitivamente muito agradável, muito importante para nós. Além disso, eu já tinha me apaixonado pelo som das gaivotas e queria que elas estivessem perto de mim. Como não temos carro, o transporte público foi um fator importante. Na beira do rio e do mar não tem metrô, mas tem ônibus fácil. Determinamos uma faixa da cidade interessante para nós e saímos à procura.
Determinamos que um apartamento seria mais conveniente do que uma casa, já que viajamos muito. Casa dá trabalho, já tivemos essa experiência. Nesta altura da vida, quero bater a porta do apartamento e não pensar em mais nada.
Para Marcelo e eu, um quarto seria suficiente. Entretanto, temos 3 filhos, com seus cônjuges e agora netos. Queremos recebê-los sempre, de preferência todos juntos, como costumávamos fazer no Brasil. Então, o apartamento teria que ter pelo menos 2 quartos. No final, houve uma boa oportunidade e compramos um de 3 quartos. Já posso dizer que nenhum filho veio nos visitar ainda, portanto os dois quartos extras estão vazios, acenando para nós e avisando que talvez tenhamos exagerado…
No inverno, é bem frio no Porto. Muitos apartamentos têm lareira, que além de aquecer, dá um charme todo especial. E no verão é bem quente, então um terraço é bem gostoso.
Conseguimos um apartamento que fica no entroncamento do Rio Douro e do mar! Com lareira e terraço! Quanta felicidade!
Lição para nós: quando sabemos exatamente o que queremos, temos grande chance de alcançar. Sem clareza, não vamos a lugar nenhum!
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